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Divulgação
Caititu
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Nomenclatura
Zoológica
Ordem: Artiodactyla
Família: Tayassuidae
Nome Popular: Caititu ou Cateto
Nome em inglês: Collared peccary
Nome Científico: Tayassu Tajacu (Linnaeus 1758)
Reprodução: Gestação de 142 a 148 dias
Número de Cromossomos: 2n = 30
Distribuição geográfica
Essa espécie é exclusiva das Américas. Ocorre desde o sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina.
Historia natural
O T. tajacu vive em grupos e é territorial. O tamanho do território está relacionado com a disponibilidade de alimento da região. Descansam à sombra nas horas mais quentes do dia.
Hábitat
Devido a sua plasticidade ocupam hábitat semidesérticos, savanas, florestas tropicais e florestas de altitude.
Hábito alimentar
É onívoro consome principalmente itens de origem vegetal como folhas, frutos, sementes, tubérculos, raízes e complementa sua dieta com pequenos invertebrados.
Período de vida
Na natureza vive aproximadamente 15 anos e em cativeiro até 24 anos.
Biologia da conservação
O desmatamento, a caça e a fragmentação são as ameaças às populações silvestres.
Taxonomia
O Tayassu tajacu conhecido como cateto, caititu e “porco do mato”, é um mamífero da família Tayassuidae pertencente a ordem Artiodactyla que se divide em dois gêneros: o Tayassu com duas espécies, T. tajacu(cateto) e T. pecari, e o Catagonus com C. wagneri (Sowls, 1984). As relações filogenéticas das três espécies não estão claramente definidas (Judas, 1999). Recentemente o pesquisador Marc Van Roosmalen encontrou uma possível nova espécie na Amazônia, na região do rio Aripuanã, sendo denominado de “porco-do-mato gigante”. Mede cerca de 1,3 metro de comprimento e, diferente de seus representantes da família, se movimenta pela floresta silenciosamente, e sua pele tem menos gordura. Segundo o mesmo o animal não tem barbicha branca nem um anel da mesma cor ao redor do pescoço.
Reprodução
Considerado o mais produtivo dos ungulados americano, o T. tajacu pode gerar de um a quatro filhotes por crias e apresentar estro oito dias após o parto, podendo reproduzir durante todo ano. Os filhotes são precoces, podendo acompanhar a mãe no mesmo dia do nascimento. Adquirem pelagem de adulto por volta dos 75 dias de vida. Os machos são sexualmente ativos a partir de um ano de idade e as fêmeas pouco antes de um ano.
Grupo
O T. tajacu, uma espécie social, vivendo em grupos que variam de 2 a 30 indivíduos. Essa estratégia pode ser considerada uma adaptação vantajosa, quando comparada ao animal solitário, pois confere proteção contra predação. Dependendo da região e disponibilidade de alimento ocorre subdivisão do grupo em subgrupos para alimentação e na hora de dormir há retorno à condição inicial de um grupo único. Os grupos são compostos por machos e fêmeas dominantes e não dominantes, juvenis e filhotes de ambos os sexos, sendo que os elementos dominantes do grupo têm o privilégio de reproduzirem.
Área de vida
Em ambientes mais previsíveis e sem interferência humana a área de vida do T. tajacu tende a ser constante por vários anos. No Pantanal o Caititu ocorre em uma densidade de 14,1 indivíduos por km2. Pode ser encontrado em ilhas e cordões de vegetação arbórea típica de Cerrado, conhecidos como capões e cordilheiras. O tamanho dos grupos formados podem variar entre regiões, e dependendo do tipo de hábitat, da densidade populacional e da dispersão dos recursos alimentares (Sowls 1978, Castellanos 1982). Nos Lhanos venezuelanos a área de vida varia de acordo com as estações do ano, sendo de 35 ha na estação seca e de 100 ha na chuvosa (Castellanos 1982). Há evidência de área de vida de até 313 km2. O T. tajacuusa as fezes e almíscar da glândula dorsal para delimitar seu território. Os grupos geralmente movimentam-se durante o dia pela manhã, e descansam à sombra nas horas mais quentes do dia (Carter, 1984).
Distribuição geográfica
A distribuição do T. tajacu vai desde o estado do Texas, no sul dos Estados Unidos, até o norte da Argentina, ocorrendo em todo o território brasileiro. Por ser um ungulado de grande plasticidade esta espécie é capaz de ocupar uma grande diversidade de hábitat podendo ocorrer desde áreas semi-desérticas e savanas até florestas tropicais e de altitude, bem como nas áreas de transição entre esses ambientes, demonstrando assim a sua habilidade em explorar o ambiente usando os diversos microclimas do seu hábitat (Sowls 1997). Em regiões onde há grandes extensões de vegetação natural, como a Amazônia e o Pantanal, as densidades populacionais variam de 0,5 a 2 indivíduos por hectare (Kiltie 1980).
Conservação
Na Amazônia a caça de subsistência e a destruição do hábitat têm resultado num declínio das populações de T. tajacu (Nogueira-Filho et al. 1999). Já no Pantanal, a fauna depende dos 30% de área com bosques naturais, as quais se encontram ameaçadas pelo desmatamento (Silva et al. 1999). Essa paisagem florestal vem sendo sistematicamente eliminada para introdução de pastagens cultivadas (Mauro et al. 1997), sendo que entre os anos de 1990 e 1991 a área com pastagens cultivadas dobrou ou até quadruplicou em algumas sub-regiões do Pantanal (Silva et al. 1998). Essa transformação do hábitat pode influenciar na distribuição e na abundância do T. tajacu, assim como de outras espécies simpátricas, como ocorreu no planalto central e sudeste do Brasil.
Alimentação
A alimentação do T. tajacu é composta principalmente por itens de origem vegetal (folhas, frutos, sementes, tubérculos e raízes) e complementada com pequenos invertebrados (Ojasti 1993).
Diversificação Agropecuária
A produção de animais silvestres em cativeiro, com autorização do Ibama, pode ser um bom negócio. No Brasil existem muitas iniciativas de criação comercial de catetos que podem trazer boa rentabilidade para o proprietário rural. O desenvolvimento de novas técnicas de criação de cateto é uma atividade que serve como diversificação e integração das atividades agropecuárias. A carne é bastante procurada em restaurantes especializados. O couro também possui um bom valor comercial. A diversificação da produção rural pode ser utilizada como auxilio na conservação da fauna brasileira.
Responsáveis pelas fontes:
José Carlos Chaves dos Santos
Embrapa Gado de Corte
Rodiney de Arruda Mauro
Embrapa Gado de Corte
Ludmilla Moura de Souza Aguiar
Embrapa Cerrados – CPA
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