Morceguinho do cerrado – Lonchophylla dekeyseri

Foto: Daniela Coelhofauna.1

Nomenclatura
Zoológica

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Chiroptera
Família: Phyllostomidae
Subfamília Phyllostominae
Gênero: Lonchophylla
Espécie: Lonchophylla dekeyseri
Nome popular: morceguinho do cerrado
Nome em inglês: Dekeyser’s Nectar Bat

Distribuição geográfica
A distribuição conhecida da espécie, publicada até o momento, está resumida á região do Distrito Federal, Serra do Cipó em Minas Gerais e Sete Cidades, no Piauí. Morcegos deste gênero se abrigam em cavernas e todos os registros desta espécie estão restritos a áreas onde existem cavernas e cavidades naturais de diferentes dimensões

Descrição
O morceguinho-do-cerrado apresenta medidas de antebraço entre 34,7-37,7 mm, crânio curto entre 22,0-22,6 mm e pesa entre 10-12 gramas. A pelagem é parda amarelada e a dorsal é mais escura que a ventral. O focinho é alongado, a língua comprida com numerosas papilas na extremidade distal; os dentes molares são finos e alongados e a cauda é curta perfurando dorsalmente a membrana interfemural.

Historia natural
Os morcegos nectarívoros podem ser encontrados tanto em ambientes naturais ou rurais, quanto em ambientes urbanos do Brasil. Essas espécies, embora possuam modificações para utilizarem néctar e pólen das plantas podem também predar insetos. No entanto são espécies frágeis e algumas são consideradas bastante susceptíveis à extinção.

Hábito alimentar
A dieta de Lonchophylla dekeyseri é composta de insetos, recursos florais e frutos. As plantas identificadas até o momento como recurso alimentar são embiruçu-do-cerrado Pseudobombax longiflorum, pata-de-vaca Bauhinia cf angulicaulis, açoita-cavalo Luehea grandiflora e jatobá-da-mataHymenaea stilbocarpa, que florescem no período de seca.

Reprodução
Lonchophylla dekeyseri tem um padrão reprodutivo mais adaptado a regiões semi-áridas. O período de gestação dura de 2 a 3 meses e ocorre no início da seca. A lactação dura provavelmente dois meses, e os filhotes nascem ainda na época seca, onde há maior oferta de partes florais, néctar e pólen, que oferecem carboidratos e proteína.

Conservação
Lonchophylla dekeyseri é uma espécie de morcego endêmica do bioma do Cerrado, ou seja só foi encontrada até hoje nessa área, considerada ameaçada, listada na categoria de Vulnerável (A3c) na Lista Brasileira, por que há uma estimativa de redução no tamanho da população de 30%, projetada para os próximos 10 anos ou três gerações, devido ao declínio na extensão de ocorrência, na sua área de ocupação e na qualidade do hábitat. O morceguinho-do-cerrado é considerado ameaçado pois seu ambiente natural, que é o Cerrado, está sendo rapidamente alterado. Com o desmatamento do Cerrado para a criação de pastos e áreas de lavoura, as áreas de alimentação e abrigo da Lonchophylla dekeyseri também estão desaparecendo. Além disso, a destruição das cavernas pelas atividades de mineração também ajuda a colocar em perigo a espécie. Desta forma, se não valorizarmos o Cerrado como ele merece, perderemos os serviços ambientais prestados por essa espécie (polinização, predação de insetos e dispersão de sementes). O ideal seria a combinação da permanência das espécies nativas junto com a produção de alimentos.

Responsáveis pelas fontes:
Ludmilla Moura de Souza Aguiar
Embrapa Cerrados – CPAC

Rodiney de Arruda Mauro
Embrapa Gado de Corte

Como citar essa página
AGUIAR, L.M.S.; MAURO, R.A.;  Morceguinho do cerrado – Lonchophylla dekeyseri. Fauna e Flora do Cerrado, Campo Grande, Agosto 2004. Disponível em: < http://cloud.cnpgc.embrapa.br/faunaeflora/mamiferos/morceguinho-do-cerrado-lonchophylla-dekeyseri/ >. Acesso em: < 26 , Maio > 114 .
Referências Bibliográficas
AGUIAR, L. M. S.2004. Galeria Bichos ameaçados: morceguinho-do-cerrado. Ciência Hoje das Crianças. , p.13 – 16.COELHO, D. C., MARINHO FILHO, J. 2002. Diet and activity of Lonchophylla dekeyseri (Lonchophyllinae, Phyllostomidae) in the Federal District, Brazil.Mammalia 66(3): 319 – 330.
PÁGINAS SOBRE A ESPÉCIE
http://www.morcegolivre.vet.br/subf_phyllostominae.html
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