Histórico

    Dia-Campo-Safs

Em 2003, entre os dias 23 a 25 de setembro, realizou-se em Campo Grande (MS) o seminário “Sistemas agroflorestais e desenvolvimento sustentável”, marco referencial para o setor. Na época, apesar de seu reconhecido valor, a utilização destes sistemas era muito pequena, bem como o volume de informações sobre seus benefícios econômicos e sócio-ambientais. Um consórcio de entidades governamentais e privadas, incluindo centros de pesquisa (Embrapa Agropecuária Oeste, Gado de Corte e Pantanal), Universidades (UCDB; UFMS-Dourados, atualmente UFGD; e UNIDERP) e secretarias de Estado (SEMA e IDATERRA/SEPRODES), organizou o evento, que contou com a participação de 120 inscritos, entre profissionais e estudantes de graduação e pós-graduação.

Este congresso, dez anos após o primeiro encontro sobre o tema, virá com conteúdo de alta densidade científica, mas elevado grau de aplicabilidade. Pretende-se, assim, que se torne um canal de comunicação que não somente alimenta o setor produtivo com inovações tecnológicas, mas também retro-alimenta a academia e os centros de pesquisa com as reais necessidades do produtor.

Neste contexto, ressalta-se que a integração de cultivos florestais à produção pecuária é já reconhecida em âmbito científico como imprescindível para o desenvolvimento sustentável, já que combina produção com a conservação de recursos naturais. Além de buscar atender as várias necessidades dos produtores rurais (incluindo alimento, madeira, lenha, forragem, e fibras), auxiliam na conservação dos solos, microbacias, áreas florestais e biodiversidade. São também fundamentais para o sequestro de carbono, tema discutido em vários foros, contribuindo para estabilizar o clima global.

Em especial no que tange aos sistemas integrados que incluem componentes animais (sistemas agrissilvipastoris e silvipastoris), o Centro-Oeste brasileiro apresenta grande potencial de aplicação. Há enormes áreas de pastagens degradadas de criação intensiva, bacias leiteiras com problemas de forrageamento no inverno, necessidade de aplicação de cercas vivas, banco de proteínas e árvores de sombra. Somente no Mato Grosso do Sul, estima-se que existam 8 milhões de hectares de áreas com pastos degradados.

Hoje, neste tema, muito se sabe sobre as complexas interações entre os componentes presentes no sistema. Grande parte das informações é devida ao crescimento e fortalecimento dos grupos de pesquisa sobre o assunto, tanto no Brasil quanto no exterior, como também ao intercâmbio de informações entre os mesmos. A partir das pesquisas realizadas na última década, tem-se cada vez mais claro que o sucesso na implantação de sistemas integrados de produção depende de uma série de fatores que incluem, entre outros, acesso à informação disponível, articulação entre os atores interessados, e respaldo e fortalecimento de políticas públicas voltadas ao fomento da implantação de árvores.

Sendo assim, propõe-se um ambiente de discussão, com diferentes pontos de vista, focado nas possibilidades de desenvolvimento de sistemas de produção cada vez mais diversos e em equilíbrio com os recursos naturais.