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Prova de peso do Canchim contribui para pesquisa de melhoramento genético

Ano 7 – nº 1122

 

Campo Grande abrigou, no último dia 08, a premiação dos tourinhos da raça Canchim que se destacaram na primeira etapa da Prova Canchim de Avaliação de Desempenho – PCAD 2011. Foram 130 participantes de 13 criatórios localizados nos estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul. Os animais avaliados nasceram entre os meses de julho e setembro de 2010. Ainda no mesmo dia, os criadores puderam acompanhar a pesagem intermediária da prova 2, que assim como a primeira, foi realizada no Confinamento Malibu.

 

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A raça Canchim é o resultado de um trabalho científico que buscou uma alternativa para a produção de carne de melhor qualidade nas condições do Brasil. Logo, o touro da raça Canchim, cobre a campo, auxiliando o produtor a utilizar de cruzamento, seja sobre vacas aneloradas ou cruzadas, e produzir novilhos precoces com a qualidade desejada. Se comparado com touros de raças zebuínas, produz o mesmo número de bezerros, porém com qualidade superior, pois apresentam maior ganho de peso. Agora, quando comparado com os touros de raças européias, conseguem cobrir mais vacas e tem maior longevidade por serem mais adaptados ao clima do Brasil Central.

 

Segundo o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária, Roberto Augusto de Almeida Torres Junior, este evento é inédito entre criadores porque, ao todo, juntando as duas provas serão 280 animais avaliados, ou seja, a maior prova já realizada com uma raça de base taurina no país, haja vista que provas dessa magnitude costumam receber animais de mais de uma raça.

 

No entanto, ressalta Torres, não é apenas pelo tamanho que esta avaliação se torna expressiva, mas pela oportunidade, também inédita, de conjugar em uma prova de ganho peso o escopo de trabalho do melhoramento genético com foco no sumário de touros, matrizes e produtos. Isso por que, o número de animais de um mesmo grupo contemporâneo, isto é, grupos de animais nascidos na mesma época, mesma fazenda, ano e submetidos às mesmas condições ambientais (manejo, nutrição, aspectos sanitários etc) que foram enviados para a prova é elevado, permitindo reter a informação dos animais para uso na avaliação genética e na produção do sumário. “Na minha opinião, o ponto chave do sucesso do Instituto de Zootecnia de Sertãozinho, pioneiro na utilização de provas como ferramenta de melhoramento genético, foi fazer a prova com todos animais do grupo de contemporâneos juntos, além de acreditar e utilizar os ganhadores da prova”, afirma o pesquisador.

 

“Em muitos casos as provas não são interessantes do ponto de vista do melhoramento genético, porque os criadores remetem à prova um número muito pequeno de animais, o que não permite extrair dos dados informações de ordem genética. Daí, nós sugerimos aos organizadores do evento abaixar o custo da prova ao mínimo, nos moldes de um confinamento comercial. Assim todo mundo se esforça para mandar para a prova a maior quantidade de animais possíveis. Alguns produtores chegaram a mandar todos animais aprovados na vistoria do técnico. Com isso, a prova passou a ser uma forma de padronizar a recria dos animais e reunir os animais para facilitar e melhorar a coleta de informações, melhorando o processo de identificação de tourinhos com uma genética superior”, explica.

 

Em vista dessas condições, a PCAD realizada mostrou ser de alto valor técnico para o melhoramento da raça Canchim, pois reteve informações mais precisas sobre o desempenho dos animais, além de coletar e ponderar medidas de acordo com sua relevância no Programa de Melhoramento da Raça Canchim. “O pulo do gado da prova foi isso, estabelecer critério extremamente técnico para selecionar os animais que vão contribuir para o melhoramento da raça”. A prova contribui para avaliar o impacto dos trabalhos de melhoramento genético que estão sendo conduzidos pelos criadores e a eficácia das tecnologias que estão sendo transferidas ao produtor. Mas também, é em eventos como esse e com essa interação com os criadores que alimentamos a pesquisa como novos problemas a serem trabalhos, bem como, obtemos subsídios para elaborar estratégias de seleção mais acertadas, comentou Torres.

 

A prova, que contou com apoio da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS) e de especialistas do seu Programa de Melhoramento Genético de Bovinos de Corte – Geneplus, teve início no final de abril. De lá pra cá todos animais foram mantidos sob mesmo manejo o que permite avaliar com precisão características importantes nas raças de corte, como ganho médio diário, peso ao final da recria, perímetro escrotal, área de olho de lombo, espessura de gordura subcutânea, conformação frigorífica, tamanho e qualidade do pelo, tamanho de umbigo, aprumos e caracterização racial.

 

O proprietário do tourinho melhor colocado tanto na primeira prova como na segunda receberá como prêmio a retirada de 750 doses de sêmen sem custo em uma central de inseminação de qualidade. Em homenagem ao trabalho e dedicação dos pesquisadores da Embrapa para a viabilização dessa prova, as duas fases da prova receberam o nome de dois pesquisadores: “Prova Canchim de Avaliação de Desempenho – Dr. Roberto Augusto de Almeida Torres Júnior”, primeira etapa com os animais nascidos de julho a setembro e “Prova Canchim de Avaliação de Desempenho – Dr. Luiz Otávio Campos da Silva”, a segunda, com os animais nascidos de outubro a dezembro.

 

Redação:João Costa Jr.

 

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