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“Uma história de 40 anos não pode ser contada em pouco tempo”

Ano 9 – nº 1.234

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O pesquisador da Embrapa, Antonio do Nascimento Rosa, começou com essas palavras a palestra de abertura da 9ª Jornada Científica da Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande-MS. Ao abordar o tema “Legado da Embrapa em 40 anos da pesquisa agropecuária brasileira”, relatou o processo de criação, estruturação e fortalecimento da Empresa ao longo de quatro décadas e apimentou a apresentação com ´causos´ vividos por ele e a equipe formada pelos primeiros pesquisadores contratados pela instituição.
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O cenário do Brasil em 1970 era ambíguo, pois enquanto o país festejava mais um título mundial no futebol, problemas latentes acabavam com a euforia, entre eles, uma baixa expectativa de vida, a migração interna com a seca nordestina, a falta de infraestrutura no campo, a baixa produtividade agrícola, as elevadas taxas de natalidade e o aumento de preço dos derivados do petróleo. E foi nesse ambiente, em 72, que um ‘grupo de trabalho’, formado somente por duas pessoas, José Irineu Cabral e Otto Lyra Schrader, preparou um relatório sobre a realidade agropecuária brasileira, relatou Rosa.
 
O diagnóstico apontou sugestões para a formulação do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária, indicando os pontos fortes e fracos do setor agrícola nacional e ações imediatas, como a extinção do Departamento Nacional de Pesquisa Agropecuária (DNPEA) e a criação de uma empresa pública em substituição ao Departamento, com um novo modelo institucional e operativo de pesquisa como condição essencial para dar suporte ao plano de modernização da agricultura brasileira e, assim, chegou-se à Embrapa.
 
Antonio Rosa contou ainda que dentre as primeiras providências administrativas estavam a contratação de pessoal para suporte administrativo central e organização da empresa, a incorporação do patrimônio e pessoal do extinto DNPEA, a contratação de novos pesquisadores e um programa de pós-graduação audacioso, capacitar 2 mil pesquisadores em quatro anos. O melhorista estava na lista. Ingressou na Empresa em 1975 e em 77 concluiu o mestrado em Zootecnia, anos depois, o doutorado.
 
Sua vida profissional está entrelaçada à história da Empresa. Separá-las é algo que nem sua esposa tenta, também pudera, os dois se conheceram em terras ‘embrapianas’ e caminham juntos até hoje. Ouvi-lo narrar essas histórias aproximou o grupo de estagiários e bolsistas, presente à abertura da Jornada, da instituição que integra.
 
Muitos estudantes simplesmente passarão pela Empresa, outros retornarão como pesquisadores ou técnicos e uma nova história será escrita. Exemplo visto na coordenadora da Jornada 2013, Denise Baptaglin Montagner, que desde 2011 é pesquisadora da Embrapa em manejo e avaliação de pastagem e por seis anos foi bolsista na Gado de Corte.
 
Voltar no tempo fez bem para quem contou e mais ainda para quem ouviu. Tanto que há um pedido conjunto de que a palestra seja repetida para a equipe inteira de empregados da Gado de Corte em momento oportuno. Reza a lenda que brasileiro não tem memória. Talvez … talvez tudo dependa de como a história é contada.
 
A 9ª Jornada Científica segue até sexta-feira com a apresentação oral de 58 trabalhos, que serão também publicados na forma de Anais, divididos nas categorias: Iniciação Científica; Mestrado e Aperfeiçoamento Técnico; e Doutorado e Pós-doutorado. Por três dias, os acadêmicos expõem o que a Unidade desenvolveu no último ano e, gerundiando, vem desenvolvendo em 40 anos.

Redação: Dalízia Aguiar

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