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maio 12, 2014
Josimar Lima do Nascimento

Técnicos e produtores da Cocamar recebem informações sobre sistemas integrados

Técnicos e produtores da Cocamar recebem informações sobre sistemas integrados
Uma palestra sobre sistemas integrados de produção e outra sobre a análise econômica desses sistemas, realizadas na Embrapa Gado de Corte (Campo Grande, MS), nesta quinta-feira, 8, ampliaram os conhecimentos do grupo composto por 22 produtores rurais e nove técnicos da Cooperativa Agroindustrial (Cocamar), das regiões Norte e Noroeste do Paraná. Além das palestras, eles visitaram o experimento de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) da Unidade.
“Esse grupo já atua no sistema de integração Lavoura-Pecuária, então o objetivo da visita é aprofundar os conhecimentos sobre essas técnicas e melhorar a qualidade dos modelos que já estão implantados dentro das propriedades”, diz o coordenador técnico do Programa de iLPF da Cocamar, Rafael dos Reis.
O pesquisador Ademir Hugo Zimmer enfatizou os cuidados necessários para operar os sistemas de produção. Segundo ele, como os sistemas são muito variados, cada propriedade tem que adotar o que mais se adaptar às condições da região. A adoção de sistemas de integração também é importante no controle de pragas, doenças e plantas daninhas. Além disso, proporcionam benefícios à produção animal.
“Os sistemas, em conjunto, resultam em melhor produtividade, rentabilidade e sustentabilidade”, destacou Zimmer, enfatizando ainda que “pastagem recuperada emite menos gases de efeito estufa para a atmosfera e, por outro lado, faz o seu sequestro, enquanto a pastagem degradada libera esses gases. Os sistemas iLPF, como um todo, são altamente benéficos no que se refere à amenização de GEE”.
Para o pesquisador, a visita da Cocamar é importante por ser uma cooperativa de grande atuação no Paraná, com extensão em Mato Grosso do Sul e no Sul de São Paulo. “São técnicos que trabalham na cooperativa e produtores filiados a ela, com interesses similares, pois no Norte e no Noroeste do Paraná existem solos mais arenosos, então eles querem e precisam trabalhar com a integração lavoura-pecuária para recuperar a pastagem e manter a sustentabilidade da agricultura”, afirmou.
Análise econômica
A pesquisadora Mariana Pereira abordou a análise econômica dos sistemas integrados, enfocando os aspectos que devem ser considerados na tomada de decisão sobre a adoção desses sistemas, tanto por produtores quanto por técnicos que vão recomendá-los. Ela chamou a atenção sobre a maior complexidade dos sistemas integrados comparados a sistemas tradicionais (“exclusivos”), do ponto de vista gerencial, fator que deve ser considerado pelo produtor ao analisar a viabilidade de adoção de alguma modalidade de iLPF.
Segundo ela, a fase de planejamento é essencial para que o produtor avalie as condições dele e da propriedade antes de adotar o iLPF. Ele deve responder a perguntas como: a fazenda comporta o sistema? E o tipo de solo e clima? As máquinas da propriedade são adequadas ou será preciso adquirir outras? A mão de obra está preparada para isso? Terei os recursos necessários à implantação ou necessitarei de um financiamento? Outra avaliação importante refere-se ao mercado: vai haver comprador para esses produtos? Sei negociar nesse mercado?
“Durante a fase de planejamento, outro ponto que deve ser considerado, no caso de iLPF, é a realização de uma análise de investimento, tendo em vista o horizonte de longo prazo característico de sistemas de produção integrados quando há presença de componentes florestais”,  afirma Mariana.
A pesquisadora apresentou os resultados econômicos de três experimentos realizados na Embrapa Gado de Corte, sendo um de iLP, e dois de iLPF, um deles com menos árvores (227 arv./ha) e outro com mais árvores (357 arv./ha). Os resultados mostram que o sistema com mais árvores obteve melhor retorno econômico devido ao maior volume de madeira comercializado.
“Contudo, para o produtor cujo foco seja a produção de carne, o sistema com menos árvores pode ser mais interessante, pois o menor adensamento das árvores não atrapalha tanto o desenvolvimento das gramíneas e, consequentemente, dos animais. Com isso, o produtor continua usufruindo da produção animal enquanto passa a agregar os benefícios biológicos e econômicos oriundos do componente florestal”, explicou.
Ela lembra ainda que, além de considerar as receitas potenciais com a venda de madeira para carvão, serraria, etc, o produtor deve estar atento ao perfil do fluxo de caixa durante o horizonte de análise do projeto. Isso porque no ano inicial há investimentos elevados na implantação do sistema e, em outros momentos, as despesas podem superar as receitas em função de uma queda esperada na produtividade da lavoura e dos bovinos, dado o maior porte das árvores.
“Existe uma queda na produtividade tanto da lavoura, quanto da pecuária, a partir do oitavo ano, que vai ser compensada depois, quando a madeira for comercializada. O produtor tem que estar preparado para eventuais períodos em que pode ter um fluxo de caixa negativo, identificando antecipadamente possíveis fontes de recurso para honrar os compromissos dele durante esse período”, concluiu Mariana.
Texto: Kadijah Suleiman, jornalista Embrapa Gado de Corte (MTb RJ 22729JP)

Ano 10 – nº 1.266

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Uma palestra sobre sistemas integrados de produção e outra sobre a análise econômica desses sistemas, realizadas na Embrapa Gado de Corte (Campo Grande, MS), nesta quinta-feira, 8, ampliaram os conhecimentos do grupo composto por 22 produtores rurais e nove técnicos da Cooperativa Agroindustrial (Cocamar), das regiões Norte e Noroeste do Paraná. Além das palestras, eles visitaram o experimento de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) da Unidade.

 

“Esse grupo já atua no sistema de integração Lavoura-Pecuária, então o objetivo da visita é aprofundar os conhecimentos sobre essas técnicas e melhorar a qualidade dos modelos que já estão implantados dentro das propriedades”, diz o coordenador técnico do Programa de iLPF da Cocamar, Rafael dos Reis.

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O pesquisador Ademir Hugo Zimmer enfatizou os cuidados necessários para operar os sistemas de produção. Segundo ele, como os sistemas são muito variados, cada propriedade tem que adotar o que mais se adaptar às condições da região. A adoção de sistemas de integração também é importante no controle de pragas, doenças e plantas daninhas. Além disso, proporcionam benefícios à produção animal.

 

“Os sistemas, em conjunto, resultam em melhor produtividade, rentabilidade e sustentabilidade”, destacou Zimmer, enfatizando ainda que “pastagem recuperada emite menos gases de efeito estufa para a atmosfera e, por outro lado, faz o seu sequestro, enquanto a pastagem degradada libera esses gases. Os sistemas iLPF, como um todo, são altamente benéficos no que se refere à amenização de GEE”. 

 

Para o pesquisador, a visita da Cocamar é importante por ser uma cooperativa de grande atuação no Paraná, com extensão em Mato Grosso do Sul e no Sul de São Paulo. “São técnicos que trabalham na cooperativa e produtores filiados a ela, com interesses similares, pois no Norte e no Noroeste do Paraná existem solos mais arenosos, então eles querem e precisam trabalhar com a integração lavoura-pecuária para recuperar a pastagem e manter a sustentabilidade da agricultura”, afirmou.

 

Análise econômica – A pesquisadora Mariana Pereira abordou a análise econômica dos sistemas integrados, enfocando os aspectos que devem ser considerados na tomada de decisão sobre a adoção desses sistemas, tanto por produtores quanto por técnicos que vão recomendá-los. Ela chamou a atenção sobre a maior complexidade dos sistemas integrados comparados a sistemas tradicionais (“exclusivos”), do ponto de vista gerencial, fator que deve ser considerado pelo produtor ao analisar a viabilidade de adoção de alguma modalidade de iLPF. 

 

Segundo ela, a fase de planejamento é essencial para que o produtor avalie as condições dele e da propriedade antes de adotar o iLPF. Ele deve responder a perguntas como: a fazenda comporta o sistema? E o tipo de solo e clima? As máquinas da propriedade são adequadas ou será preciso adquirir outras? A mão de obra está preparada para isso? Terei os recursos necessários à implantação ou necessitarei de um financiamento? Outra avaliação importante refere-se ao mercado: vai haver comprador para esses produtos? Sei negociar nesse mercado?

 

“Durante a fase de planejamento, outro ponto que deve ser considerado, no caso de iLPF, é a realização de uma análise de investimento, tendo em vista o horizonte de longo prazo característico de sistemas de produção integrados quando há presença de componentes florestais”,  afirma Mariana. 

 

A pesquisadora apresentou os resultados econômicos de três experimentos realizados na Embrapa Gado de Corte, sendo um de iLP, e dois de iLPF, um deles com menos árvores (227 arv./ha) e outro com mais árvores (357 arv./ha). Os resultados mostram que o sistema com mais árvores obteve melhor retorno econômico devido ao maior volume de madeira comercializado.

 

“Contudo, para o produtor cujo foco seja a produção de carne, o sistema com menos árvores pode ser mais interessante, pois o menor adensamento das árvores não atrapalha tanto o desenvolvimento das gramíneas e, consequentemente, dos animais. Com isso, o produtor continua usufruindo da produção animal enquanto passa a agregar os benefícios biológicos e econômicos oriundos do componente florestal”, explicou. 

 

Ela lembra ainda que, além de considerar as receitas potenciais com a venda de madeira para carvão, serraria, etc, o produtor deve estar atento ao perfil do fluxo de caixa durante o horizonte de análise do projeto. Isso porque no ano inicial há investimentos elevados na implantação do sistema e, em outros momentos, as despesas podem superar as receitas em função de uma queda esperada na produtividade da lavoura e dos bovinos, dado o maior porte das árvores. 

 

“Existe uma queda na produtividade tanto da lavoura, quanto da pecuária, a partir do oitavo ano, que vai ser compensada depois, quando a madeira for comercializada. O produtor tem que estar preparado para eventuais períodos em que pode ter um fluxo de caixa negativo, identificando antecipadamente possíveis fontes de recurso para honrar os compromissos dele durante esse período”, concluiu Mariana.

 

Redação: Kadijah Suleiman

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