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Boas Práticas Agropecuárias impulsionam ações em Plano Agrícola e Pecuário

Ano 8 – nº 1.163

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 “Braço tecnológico” do Mapa, assim a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa é mencionada no Plano Agrícola e Pecuário 2012/2013, lançado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em junho passado. Segundo o Plano, a Empresa contribuiu para a diversificação dos sistemas agropecuários existentes de Norte a Sul no país. Para isso, a Embrapa oferece à sociedade brasileira, desde a década de 70, soluções tecnológicas, distribuídas em produtos, serviços e informações.

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Entre os destaques apontados no Plano, de autoria da Embrapa e seus parceiros, está o Programa de Boas Práticas Agropecuárias (BPA) – Bovinos de Corte. Após uma série de reuniões entre os pesquisadores da Embrapa, Unidade Gado de Corte, e representantes do Mapa, uma nota técnica surgiu como resultado indicando que a intensificação da produção pecuária contribui, sim, para a redução da emissão de gases de efeito estufa. Uma agricultura de baixo carbono é possível, uma produção sustentável envolvendo a pecuária não é uma utopia.


Membro do grupo de discussão, Guilherme Cunha Malafaia, pesquisador da Empresa e socioeconomista, conta que dentro dessa visão, o BPA foi apresentado ao Mapa como alternativa para fortalecer a atividade pecuária. O Plano indica que os ganhos, sistêmicos, com o Programa de Boas Práticas Agropecuárias são indiretos, por meio de uma gestão da propriedade mais eficiente, com menos perdas, que impactam em toda a cadeia produtiva da pecuária de corte nacional e, por isso, de sua inclusão no Plano Agrícola e Pecuário.


“O BPA não é uma medida agrícola de crédito, mas um destaque como mecanismo dentro dos planos, um item diferenciador para acesso ao crédito dos produtores rurais”, destaca Malafaia. De fato, o documento relata que estímulos, como contemplar o BPA em linhas de crédito, podem ocasionar um interesse maior nessa inovação pelo setor produtivo, elevando o número de adesões. “Elencar o BPA como um dos pilares da Embrapa foi uma vitória. Isso valoriza o Programa e toda equipe de trabalho envolvida nele”, afirma o pesquisador.


BPA – Criado em 2005, o Programa de Boas Práticas Agropecuárias (BPA) engloba um conjunto de normas e procedimentos que devem ser observados pelos produtores rurais com a finalidade de tornar as propriedades mais sustentáveis. Fatores como gestão e função social do imóvel rural, gestão dos recursos humanos, gestão ambiental, instalações rurais, manejo pré-abate, bem-estar animal, pastagens, suplementação alimentar, identificação animal, controle sanitário e manejo reprodutivo são cruciais para a eficácia do BPA em uma fazenda.


Em 2011, as atividades do Programa de Boas Práticas receberam um aval de peso, a Portaria Interministerial, assinada pelo Mapa, Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que instituiu o Programa Nacional de Fomento às Boas Práticas Agropecuárias – PRÓ-BPA. O Programa Nacional chegou para desenvolver e promover a inclusão do BPA nas propriedades pecuárias do país. O PRÓ-BPA certifica essas boas práticas e desenvolve políticas públicas de apoio à adoção e implantação das mesmas, assim como, difundir e divulgar os conceitos BPA, por meio de palestras e seminários; da capacitação de técnicos, produtores e empregados; da articulação com instituições de extensão rural; da publicação de documentos educativos sobre o PRÓ-BPA e legislações vigentes; e do fomento a parcerias entre empresas públicas e privadas, em todos os âmbitos, para estimular ações ligadas ao Programa e cooperar com sua implementação.


Para que esses objetivos sejam, efetivamente, cumpridos, a Portaria 36, assim chamada, instituiu um Comitê Gestor para o PRÓ-BPA com o fim de estabelecer diretrizes e atividades e monitorar o Programa Nacional. Com presidência exercida por um representante do Mapa, ele é composto por membros do MTE, MMA, entidade do setor produtivo e Embrapa. Pesquisador da Embrapa, Ezequiel Rodrigues do Valle, é coordenador-geral do BPA, sediado na Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande-MS, e reafirma a valorização do Programa ao ser inserido no Plano Agrícola e Pecuário da próxima safra, pois “hoje o mercado é mais exigente e prioriza alimentos seguros e o BPA é parceiro nisso”.


Valle relata que, atualmente, o BPA está operando de forma eficaz em municípios dos estados do Rio Grande de Sul, Santa Catarina, Pará, Mato Grosso do Sul e em Mato Grosso e Rondônia as ações são incipientes. Para ir adiante, frisa ser essencial inserir todos os elos da cadeia produtiva, “precisamos de mais braços que ajudem a levar o BPA”. Na próxima semana um passo em relação a isso será dado, o Comitê Gestor PRÓ-BPA se reunirá com membros da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) em Brasília-DF e o pesquisador acredita que “o BPA terá uma nova aliada a embarcar no conceito de produção economicamente viável e sustentável”.

 

Redação: Dalízia Aguiar

 

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