Portas abertas para jovens e crianças na Embrapa

Ano 8 – nº 1.166

Estudantes mais próximos da Ciência e de seus resultados. Foi com esse intuito que o Espaço Cultural de Ciência e Tecnologia de Gado de Corte – Casa Gado de Corte foi aberto na sede da Embrapa em Campo Grande-MS. O Espaço Tecnológico, assim também chamado, abriu suas portas para receber, neste primeiro momento, alunos da zona rural da capital sul-mato-grossense. O Espaço, financiado por meio de um projeto do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq), ao promover ações científicas interativas colabora com a difusão das tecnologias e conhecimentos voltados para a pecuária brasileira. O prédio reformado, localizado na Embrapa Gado de Corte, apresenta aos visitantes a evolução e tendências da atividade agropecuária.

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A equipe de transferência de tecnologia (TT) do Centro de Pesquisa ao idealizar a Casa Gado de Corte criou um ambiente que além de valorizar, estimula a criatividade. No local, há salas demonstrando as etapas de desenvolvimento das forrageiras desenvolvidas pela Empresa, assim como, do boi. Biotecnologia, proteômica e nanotecnologia também estão presentes nos, aproximadamente, 120 m2 do Espaço.

 

Os alunos das escolas da zona rural de Campo Grande formam o público-alvo inicial da proposta. “Nossa atividade aqui é próxima à realidade desses estudantes. Vale a pena começar por eles”, destaca Websten Cesário da Silva, responsável pela Casa e analista de TT da Empresa. A partir da parceria feita com a Secretária Municipal de Educação (SEMED), mensalmente, explica Cesário, os jovens estarão no Centro.

 

Visitantes – Em agosto, 90 adolescentes das Escolas Municipais Darthesy Novaes Caminha e Pólo Barão do Rio Branco estiveram na Gado de Corte, acompanhados de seus professores. Os grupos foram recepcionados pela equipe de comunicação; participaram de um bate papo sobre a Embrapa e sua missão; conheceram o Portal Conhecendo Ciência na Web (http://ccw.sct.embrapa.br/), um site desenvolvido pela Embrapa Informação Tecnológica que leva Ciência em uma linguagem diferenciada para o público infanto-juvenil; fizeram um tour pelo Espaço Tecnológico e terminaram o passeio na vitrine tecnológica, Dinapec.

 

Estudante da 7ª série do Ensino Fundamental, Débora Albuquerque ficou entusiasmada com “a comida que o boi come. Moro em um sítio e vejo os bois pastando, mas não imaginava que era preciso cuidar deste jeito do capim que alimenta o boi. Foi bom saber que os bois precisam de cuidados e posso ajudar com isso em casa”, observa.

 

Aluno pela manhã e auxiliar em um haras à tarde, Wellington Meza Oliveira revela que sonha ser veterinário, pois “desde criança ajudo minha família no trato com os animais, apartando bois e cavalos. Gosto muito disso e sei que quanto mais souber sobre os animais que cuido, melhor para eles. Visso isso aqui!”.

 

Os educadores Zélia Pires e Ernestino Antônio Oliveira ressaltam que na zona rural o acesso à informação é mais restrito e ir à Embrapa incentiva os estudantes a repassar à família o que aprenderam na empresa de pesquisa. “A maioria dos nossos jovens vive em sítios, chácaras ou locais afastados e muitos não vão à cidade. Eles saem da visita com uma visão mais apurada e podem repassar isso em casa”, avalia Zélia, professora e supervisora da Escola Municipal Darthesy Carminha, situada no bairro Chácara das Mansões.

 

Há 39 anos trabalhando com educação, Ernestino Oliveira, reforça que o perfil das instituições de ensino da zona rural não é o mesmo da urbana. “Batalhamos para que o nosso ensino seja mais próximo da realidade desses jovens. As aulas são direcionadas e com práticas de campo, como horta e jardinagem. É uma cultura diferente. Estar na Embrapa é estar mais perto da vida de cada um deles”, afirma o professor Ernestino do colégio Pólo Barão do Rio Branco, situado em Rochedinho, distante 30 km de Campo Grande.

 

Para o responsável pelo Portal CCW na Embrapa Gado de Corte, Luiz Antônio Dias Leal, o intercâmbio com as escolas “representa a inclusão social desses cidadãos brasileiros, que são parte da sociedade, um dos ‘stakeholders’ da Embrapa, que tem por missão levar informação e conhecimento sobre suas tecnologias” e virtualizar a Ciência é um caminho novo a ser percorrido.

 

Para setembro, mais instituições estão agendadas. Ao todo, há no município de Campo Grande, nove estabelecimentos de ensino na zona rural, entre eles, um é escola agrícola com Ensino Médio.

 

Redação: dalízia aguiar