Em primeiro lugar, é preciso diferenciar o confinamento como empreendimento isolado do confinamento “estratégico”, em que a atividade é complementar a outras fases da pecuária de corte.
No primeiro caso, o número de animais pode chegar aos milhares, exigindo alto investimento em instalações e equipamentos, além da compra dos animais. Nessa situação, cabe uma análise de investimentos clássica, calculando-se valor presente líquido, taxa interna de retorno, tempo de recuperação do capital etc.
No segundo, abordado daqui em diante, o confinamento antecipa o abate e a entrada de caixa, produzindo animais melhor acabados; a alternativa ao confinamento é a engorda em pastagem, com ou sem suplementação, ou a venda para terminação em outra fazenda. Como benefícios, além da venda do gado gordo, há a liberação de pastagem para uso com outra categoria animal. Para quantificá-la, pode-se considerar o valor do aluguel de pasto na região.
Do lado dos custos, tem-se: DESPESAS, que incluem volumosos e ração, produtos veterinários e mão de obra, além dos animais; estes são incluídos nas despesas mesmo quando produzidos na própria fazenda, sendo valorados segundo seu preço de mercado, como se o confinamento os adquirisse da atividade de recria; DEPRECIAÇÕES E JUROS das instalações e equipamentos; e PRO LABORE, que corresponde à remuneração do pecuarista, quando é este que administra o negócio; se a administração é feita por profissional contratado, não há pro labore.
Com benefícios e custos quantificados, é possível calcular as seguintes margens:
- Margem bruta = receita – despesas. É o que sobra no bolso do produtor após pagar fornecedores de insumos, empregados, combustível, energia e outros gastos. Mostra a capacidade de sobrevivência do negócio no curto prazo.
- Margem operacional = receita – despesas – depreciações – pro labore. É o que sobra após abater da receita todos os custos necessários para “operar” o confinamento. Se essa margem for no mínimo igual a zero, o negócio é viável em médio/longo prazo, pois gera recursos que garantem a reposição de instalações e equipamentos ao final de sua vida útil.
- Lucro = receita – despesas – depreciações – pro labore – juros. Esse indicador inclui os juros sobre o capital imobilizado em instalações e equipamentos (se o produtor achar relevante, pode incluir juros sobre as despesas), o chamado “custo de oportunidade”, que equivale ao que o produtor está deixando de ganhar por investir seus recursos no confinamento ao invés de alternativas como aplicações financeiras. Sendo nulo ou positivo, significa que o confinamento cobre todos os custos e é capaz de competir com outros usos do dinheiro.