Sal comum ou cloreto de sódio é um ingrediente contendo cloro e sódio e, normalmente, algum iodo. Sal mineralizado é qualquer mistura de um ou mais ingredientes minerais ao sal comum, com ou sem adição de palatabilizantes.
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A observação de campo indica que o gado prefere beber água mais quente à mais fria e atribuise isso ao fato de o conteúdo do rúmen bovino ter temperatura aproximada de 37 °C. Entretanto, água mais fria não traz prejuízo à digestão ou à saúde do animal. Portanto, não há qualquer sentido em se preocupar com esse fato e, por exemplo, a prática de pintar bebedouros de preto para aquecer a água não é tecnicamente fundamentada.
A palma forrageira é uma cactácea cujo maior valor é a água que armazena. Verde, tem cerca de 90% de água e 10% de matéria seca. Por sua vez, a matéria seca contém cerca de 4,8% de proteína e 63% de nutrientes digestíveis totais (NDT).
Observa-se, sim, que o consumo em kg de matéria original da silagem é maior do que a de feno. Porém, a quantidade de matéria seca ingerida costuma ser a mesma. Isso ocorre porque a silagem tem alto teor de umidade, por exemplo 64,7%, enquanto o feno tem cerca de 12,5% de umidade. Assim, um bovino que consuma 17 kg de silagem ingere 10 kg a mais de matéria original que outro bovino que esteja comendo 7 kg de feno, mas ambos consomem a mesma quantidade de matéria seca: 6 kg MS.
Os cálculos para transformar de MO para MS seguem abaixo:
Ingestão de Silagem (MO = 17 kg de MS x (35,3 kg MS/100 kg de MO = 6 kg de MS.
Ingestão de Feno (MS = 7 kg de MO/ x (12,5 kg MS/100 kg de MO = 6 kg
Uma observação importante é que silagens podem ter problemas de consumo caso não sejam bem feitas e não ocorra a rápida acidificação da massa ensilada. Nesse caso, pode haver formação de substâncias de fermentação secundária que interferem no consumo voluntário dos animais.
Como revestir internamente o silo trincheira, e como cobrir o material ensilado?
O revestimento das paredes e do piso do silo é feito, geralmente, de alvenaria. Lona plástica também pode ser utilizada, mas apresenta, como desvantagem, vida útil muito curta. Pode-se dispensar o revestimento em locais de terreno firme, quando se pretende reduzir o custo da construção. Porém, nesse caso, aumentam os riscos de perda de material. O material ensilado deve ser coberto com lona plástica, ou com uma camada de palha ou capim seco, antes de receber uma camada de terra.
A quantidade em peso de silagem necessária é calculada com base no número de animais, no período de alimentação e na quantidade diária a ser fornecida por cabeça.
Sabendo-se que 1 t de silagem requer cerca de 2 m3 de silo, é possível calcular o volume total da trincheira. O comprimento (C) do silo é determinado multiplicando-se o número de dias por 15 cm, que é a espessura mínima da fatia a ser retirada diariamente. A altura (A), ou profundidade da trincheira, varia de 1,5 m a 3 m, e deve ser estabelecida de acordo com as condições do terreno. As larguras da base (B) e do topo (T) podem ser retiradas de tabelas, calculadas por meio de fórmulas ou por tentativa, de maneira que o volume desejado seja conseguido, levando-se em consideração o comprimento e a altura já estabelecidos. Vale lembrar que a trincheira apresenta seção trapezoidal, devendo-se, na largura do topo (T), aumentar-se 0,5 m, em relação à largura da base (B), para cada metro de altura do silo.
O volume (V) é calculado pela fórmula:
V = T + B dividido por 2 x A x C
Além do milho e do sorgo, quais as forrageiras que podem ser ensiladas e qual o ponto de corte?
O milho (Zea mays) é a forrageira padrão para produção de silagem. As culturas do sorgo e milheto têm sido indicadas para solos menos férteis e locais onde longos períodos de estiagem são frequentes. O ponto ideal de corte para essas forrageiras é o de grão farináceo duro. Outras forrageiras que têm sido utilizadas para ensilagem são as forrageiras tropicais (tanzânia, Panicum maximum cv. Tanzânia1; mombaça, P. Maximum cv. Mombaça; marandu, Brachiaria brizantha cv. Marandu; xaraés, B. brizantha cv. Xaraés, etc.), principalmente como forma de melhorar o manejo de uma pastagem por meio da utilização do excedente do período chuvoso.
Aconselha-se o corte aos 50 dias a 60 dias de crescimento, quando a forrageira se encontra ainda com boa qualidade. Entretanto, com essa idade, a forrageira apresenta umidade excessiva. Para melhorar a fermentação, alguns artifícios têm sido recomendados, como deixar murchar ao sol, por 6 horas a 12 horas, ou a adição de material seco como feno de rama de mandioca (5%) ou a polpa de citrus desidratada (5%).
Deve-se ter cuidado em não ensilar forrageiras muito passadas, pois o alto custo da operação de ensilgem e de fornecimento pode não compensar seu valor em nutrientes (R$/kg de energia ou R$/kg de proteína).
O girassol (Helianthus annuus) e a parte aérea da mandioca também podem ser conservados sob a forma de silagem. A parte aérea da mandioca pode ser obtida durante a colheita das raízes ou até 2 meses antes.
Uma silagem bem feita é boa alternativa para contornar o problema da falta de pasto de boa qualidade durante a época seca.
Na produção de gado de corte, pode ser utilizada desde casos extremos, para salvar animais da morte, até em um sistema de alta produtividade, como a engorda de bovinos, passando por situações intermediárias em que o objetivo seja evitar perdas de peso durante a seca. Poderá ser utilizada pura ou, de preferência, suplementada pelo menos com ureia ou alguma fonte de proteína verdadeira (farelo de soja, farelo de algodão, etc.). No caso da engorda, há necessidade também de mistura concentrada balanceada, cuja quantidade e composição dependerão da qualidade da silagem, dos animais sendo alimentados e do desempenho pretendido.
Sorgo granífero: o grão de sorgo (Sorghum bicolor) tem sido utilizado em rações balanceadas de pequenos e grandes animais, substituindo, parcial ou totalmente, o grão de milho. Obrigatoriamente, ele deve ser moído antes de fornecer. A produção do grão tem sido feita principalmente com cultivares de porte baixo do tipo granífero. A planta inteira pode ser utilizada sob a forma de silagem, rolão (pé inteiro seco) ou verde picado (colmo, folhas e panículas).
Sorgo forrageiro: o uso para aproveitamento da planta inteira foi iniciado com variedades de porte alto com elevada produção de massa, mas baixa proporção de grãos. Há híbridos de porte médio ou duplo propósito com bom equilíbrio entre produtividade e valor nutritivo. O sorgo pode ser cultivado durante o verão, e em algumas regiões, em sucessão ao milho e à soja, para ser utilizado no outono/inverno. A consorciação com capim-mombaça para confeccção de silagem pode aumentar a massa de forragem produzida.
Como aproveitar o bagaço de cana na alimentação de bovinos? Que mistura preparar e como conservar?
O bagaço de cana in natura tem baixo valor alimentício e seu uso não deveria ultrapassar 20% da ração total. Valores mais elevados podem ser utilizados, mas em função do seu baixíssimo valor nutricional, ganhos de peso decrescentes são obtidos. Deve ser guardado ensilado sem qualquer aditivo e não por grandes períodos, pois tem muita umidade e não compensa secar, pela pobreza em nutrientes. É uma excelente fonte de fibra longa para dietas de alto concentrado.