O descarte se chama orientado quando é feito sob a orientação técnica de um zootecnista e tem como objetivo melhorar a produtividade do rebanho. O descarte pode ter várias finalidades: genética, reprodutiva, produtiva ou sanitária.
O descarte sanitário é feito quando o animal doente representa risco de contágio para o restante do rebanho, como no caso da febre aftosa em que os animais são abatidos para evitar a contaminação da região.
O descarte produtivo é feito para eliminar do rebanho animais de menor potencial, é o que se chama de eliminar o “fundo” da boiada. Por ocasião da desmama é comum a venda dos piores bezerros para garantir melhor alimentação aos restantes.
Antes da seca também é comum descartar do rebanho as vacas velhas que encerraram a produção de bezerros ou começaram a desmamar animais mais leves do que suas crias anteriores. Este é o descarte reprodutivo, que também se aplica a touros velhos ao fim de cada estação de monta. Outro descarte reprodutivo é o que se aplica às bezerras mais leves por ocasião da desmama e de novilhas no início da estação de monta.
O descarte genético visa eliminar do rebanho animais portadores de características negativas que podem ser transmitidas aos filhos. Elimina-se animais fora do padrão racial, ou com defeitos transmissíveis como o agnatismo, prognatismo (defeitos na mandíbula), defeitos de aprumos (animais cambaios, cambetas) e outros. Elimina-se do plantel os animais de menor desenvolvimento ponderal. Podem também ser eliminados animais maior infestação de carrapatos e mosca-dos-chifres, pois a susceptibilidade, ou resistência, tem um componente genético. As fêmeas também são descartadas por critérios de fertilidade, como o intervalo entre partos. Na prática o que se aconselha é eliminação progressiva de matrizes, de acordo com a disponibilidade de novilhas aptas para reprodução, numa taxa de substituição em torno de 20%. A eliminação progressiva segue os seguintes critérios de prioridade: 1) fêmeas vazias ao final da segunda estação de monta; 2) fêmeas vazias ao final da primeira estação de monta; 3) fêmeas que não chegaram a desmamar seu bezerro; 4) fêmeas que desmamaram os bezerros mais leves.