Imagine receber informações de seu interesse, pelo canal que você escolhe, com a periodicidade que você deseja. Essa proposta é um diferencial do projeto Pecuária do Futuro e foi implementada logo no primeiro ano de atividades. A ideia é adotar boas práticas de comunicação, repassando informações aos stakeholders de forma não-invasiva.
Em 2018, a equipe de comunicação que atua no projeto entregou o relatório que descreve o perfil comunicacional dos principais stakeholders do Pecuária do Futuro. O documento permite levantar a disponibilidade de cada ator e selecionar os meios (canais) preferidos e indesejáveis, horários mais adequados, tipo de abordagem que prefere (ex.: antecedências, frequência etc) para dialogar.
“O cruzamento de informações desse mapa subsidia um planejamento sobre a comunicação entre atores que vão dialogar em determinado momento do projeto”, relata a relações públicas Cristiane Fragalle, supervisora do Núcleo de Comunicação da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP) e responsável por esse trabalho meticuloso. A partir do mapeamento técnicas personalizadas e utilizados canais de estímulo ao diálogo entre pesquisadores e stakeholders estão em desenvolvimento, a depender do perfil de cada sujeito.
Alguns stakeholders consultados indicaram, por exemplo, que preferem receber informações sobre o projeto por e-mail, a cada dois meses. Outros por telefone ou redes sociais, com maior ou menor frequência. Durante todo o ano passado, as preferências foram consideradas no momento de informá-los sobre o andamento das ações. Em 2019, de acordo com Cristiane, deve ocorrer uma nova consulta para verificar eventuais ajustes e tornar essa personalização mais efetiva.
Face a face
Também em 2018 foram entregues duas publicações relacionadas à comunicação face a face, mecanismo que tem sido valorizado pelo Pecuária do Futuro. A Série Documentos 130 “Encontro de stakeholders do projeto Pecuária do Futuro: proposta metodológica para análise da comunicação face a face” sugere uma metodologia de monitoramento desse tipo de diálogos e foi validada no encontro de stakeholders realizado em maio de 2018.
O método vai auxiliar a equipe a monitorar situações de comunicação face a face futuras. A ideia é aplicá-la e aprimorá-la, para que esse tipo de comunicação seja utilizado de forma estratégica, contribuindo para que a Embrapa invista em relacionamentos mais sólidos e confiáveis com seus públicos de interesse.
A outra publicação trata da relevância da obra do pesquisador brasileiro Ciro Marcondes Filho para a teoria da comunicação face a face. Em geral, estudiosos brasileiros que se dedicam a esse tema precisam recorrer a fontes de outros países porque no Brasil há poucas pesquisas nessa área. Como a ideia do projeto é utilizar a comunicação face a face de forma estratégica – medida que pode ser expandida para a organização Embrapa – torna-se necessário que aspectos teóricos e metodológicos envolvendo esse tipo de interação sejam compreendidos, absorvidos e aplicados.
Ciro pode ser considerado o primeiro teórico brasileiro a refletir de forma profunda sobre a comunicação face a face. Ao ampliar o conhecimento sobre o tema, a Embrapa terá condições de construir e gerir seus relacionamentos de forma mais profissional. Acesse o texto “Enfim, um teórico brasileiro da comunicação face a face?”.