Uma reunião com os stakeholders – também conhecidos como público estratégico ou as pessoas interessadas, envolvidas ou afetadas por uma determinada situação, negócio ou instituição – ligados às atividades abordadas no âmbito do projeto Pecuária do Futuro deverá ser realizada nos próximos meses no Pantanal sul-mato-grossense. Segundo o pesquisador Carlos Padovani, o encontro deverá utilizar metodologias de comunicação para levantar demandas e buscar soluções inovadoras.
A Embrapa Pantanal está há mais de 40 anos na região. Há tecnologias prontas ou em trabalho há anos. Dessas as três principais envolvidas no projeto Pecuária do Futuro são o sistema de alerta de risco de incêndio para o Pantanal, Saripan, coordenado pela pesquisadora Balbina Soriano em parceria com Marcelo Narciso, da Embrapa Arroz e Feijão; o sistema de alerta a inundações, sob responsabilidade de Padovani; e a substituição de pastagens, liderada pela pesquisadora Sandra Santos.
“Essas três tecnologias da Embrapa Pantanal estão bem estruturadas e trabalhadas, ainda que sempre possam ser aperfeiçoadas”, afirma. A ideia, segundo o pesquisador, é discutir as tecnologias perante a comunidade e os stakeholders que possam se beneficiar dessa informação (ou que possam fazer sugestões construtivas) para abordar os assuntos dentro de uma agenda positiva. “Queremos convidar pessoas que estejam dispostas a nos ajudar a melhorar, desenvolver, aperfeiçoar e também indagar”. De acordo com Padovani, especialistas e diversos atores envolvidos na cadeia da pecuária local devem participar do encontro.
“As pessoas estão usando essas tecnologias? Se estão, o que elas verificam como sendo pontos negativos e positivos, no sentido de uma agenda positiva de melhoria? ”, questiona. “A ideia seria realizar uma entrevista prévia com os pecuaristas da região, por exemplo, para identificar problemas e maneiras de resolvê-los. Essas ideias são, depois, discutidas entre os grupos participantes do workshop, ranqueando as soluções em grau de importância para levar a ações mais concretas, em uma fase mais finalística”.
Para ele, como as soluções tecnológicas estão bastante desenvolvidas, o momento agora é de se trabalhar a adoção. “Estão consolidadas as necessidades dessas tecnologias”, diz. “Queremos manter um portal que reúna toda a informação disponível sobre a hidrologia pantaneira, com os níveis dos rios, por exemplo, e sobre as chuvas”.
O Sistema de Alerta de Risco de Incêndio também deve contar com uma página para divulgação de dados relacionados à meteorologia no Pantanal, que registra anualmente diversos focos nos períodos de estiagem. O software do Saripan já foi finalizado e o sistema de monitoramento de cheias e a área voltada à substituição de pastagens também avaliam os melhores meios de se levar essas informações a softwares e aplicativos que possam facilitar o acesso do produtor rural e sociedade em geral a esses dados.
“Para a reunião de setembro convidaremos startups: empresas com interesse nessas tecnologias e em poder assumir, por exemplo, a manutenção do sistema e dos aplicativos que venham a ser gerados”, completa. “Queremos mostrar que uma reunião como essa não é só mais uma reunião e sim um encontro que pode trazer resultados úteis a quem participar”.