Como várias atividades que envolvem pesquisas no Brasil e no mundo, o projeto Pecuária do Futuro foi impactado pelos efeitos da pandemia causada pelo novo coronavírus (como distanciamento social, teletrabalho etc). A líder Patrícia Menezes Santos da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP) faz uma avaliação do andamento das ações, orienta sobre a contratação de bolsistas e apresenta um breve balanço dos principais avanços até o momento.
Pecuária do Futuro: Projeto foi prorrogado? Por quanto tempo? Quais os impactos dessa prorrogação?
Patrícia Santos: O projeto ainda não foi prorrogado, pois os pedidos de prorrogação só são avaliados pela SPD (Secretaria de Pesquisa e Desenvolvimento) quando faltam seis meses para o final. Eles argumentam que assim é possível ter uma ideia mais clara de quanto tempo a mais será necessário para conclui-lo. Devemos fazer nova solicitação no final do ano.
A maior parte das atividades de campo já estavam concluídas quando começou o período de isolamento social e acredito que seja possível entregar todos os resultados previstos com a prorrogação do projeto.
As principais dificuldades que estamos enfrentando estão relacionadas a não liberação de recursos e à dificuldade de realização de reuniões que estavam previstas em algumas soluções tecnológicas. A prorrogação também nos dará uma margem um pouco maior para a contratação dos estagiários pelo CNPq.
PF: Como fica a situação das bolsas do CNPq durante o teletrabalho? Novos bolsistas poderão ser contratados? Houve prejuízo para o projeto?
Patrícia Santos: Os novos bolsistas poderão ser contratados e estamos apenas aguardando o CNPq lançar as bolsas na plataforma Carlos Chagas para fazer as indicações.
Nosso projeto já estava cadastrado na plataforma do CNPq, desde o ano passado, com prazo suficiente para acomodar eventuais atrasos.
Quando o CNPq liberar a indicação isso será comunicado a todos que solicitaram bolsistas, e cada um deverá informar quando gostaria que o estagiário iniciasse suas atividades para cadastrarmos as informações no sistema do CNPq. Não acredito que haja prejuízos para o projeto.
PF: O Pecuária do Futuro já passou da metade de seu cronograma. É possível fazer um balanço do projeto até aqui?
Patrícia Santos: Ao longo desse período já tivemos muitas realizações. Novas funcionalidades do Pasto Certo estão disponíveis e têm sido acessadas por grande número de usuários. Já definimos critérios relacionados à época para adubação nitrogenada e estamos contratando estagiário que ajudará a desenvolver ferramentas para os clientes finais.
Avançamos muito no desenvolvimento dos modelos para orçamentação forrageira e planejamento estratégico da alimentação de bovinos em propriedades de pecuária de corte e estamos testando, adaptando e desenvolvendo modelos para monitoramento da produção de forragem em propriedades de pecuária de corte.
Também avançamos muito nas melhorias do sistema de suporte e adaptação da pecuária extensiva às inundações do Pantanal e do sistema de informação de risco de incêndio para aquele bioma. O desenvolvimento do sistema de tomada de decisão para a substituição de vegetação nativa por pastagem exótica no Pantanal depende ainda de algumas ações que foram adiadas para 2021, mas está avançando.
Além disso, tivemos ações voltadas para o engajamento com stakeholders, comunicação interna e externa, gestão da informação e criação e teste de protótipos. Também iniciamos algumas negociações para desenvolvimento de tecnologias com a iniciativa privada.