Empresário colombiano ajuda a disseminar Pasto Certo no País

Aplicativo orienta produtor na escolha da pastagem

Velasquez conheceu a ferramenta por meio de um amigo que estuda no Brasil.

O empresário colombiano Luís Fernando Velasquez, da empresa de sementes Campo Verde, começou a utilizar o aplicativo Pasto Certo, desenvolvido pela Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e Unipasto, em 2018. A ferramenta permite o acesso, de forma rápida e integrada, às características das principais cultivares de forrageiras tropicais, lançadas pela Embrapa e outras de domínio público, com o propósito de ajudar o pecuarista na escolha da pastagem e tomadas de decisão.

Velasquez conheceu a ferramenta por meio de um amigo que estuda no Brasil. “A partir daí a tenho em meu celular. É uma ferramenta supremamente confiável, muito completa, amena e rápida, que recomendo a todos os clientes da consultoria para que conheçam os pastos que podemos importar do Brasil”, disse. Segundo ele, seus clientes se interessam por informações ligadas à produtividade e à agronomia de cada um de seus pastos. “No aplicativo estão bem completas, na parte de morfologia, na parte agronômica, na parte produtiva. Isso permite que eles possam comparar um pasto com outro. Dentro dos panicuns, podem comparar Mombaça com Tanzânia, e entre as braquiárias, Marandu com Piatã”, afirmou.

Ainda de acordo com o empresário, o aplicativo oferece segurança por trabalhar com informações confiáveis. Na internet, segundo Velasquez, há muitas páginas de vendedores com informações erradas. “Como são produtos de pesquisas da Embrapa, os conteúdos do aplicativo nos dão muita confiabilidade”, concluiu.

Sanzio Carvalho Barrios, pesquisador da instituição e um dos idealizadores do aplicativo, enxerga com positividade o movimento além-fronteiras do app. Ele explica que o mercado legal de sementes forrageiras no País movimenta ao redor de R$ 1 bilhão/ano, segundo a Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras (Unipasto), e as cultivares de braquiárias e panicuns representam cerca de 90% dos pastos cultivados. Das disponíveis, 80% são tecnologia Embrapa.

O melhorista conta que a versão 2.0 da tecnologia, lançada este ano, inclui quatro novas funcionalidades: inclusão de novas forrageiras (leguminosas), versão trilíngue (português/espanhol/inglês), função “onde comprar sementes” (direcionamento para os associados Unipasto) e “escolha de cultivares” (braquiárias e panicuns). Além disso, a partir deste ano, o app está disponível em várias plataformas (web e dispositivos móveis) e sistemas operacionais (Android e iOS).

Projetos
O Pasto Certo é um dos resultados do projeto Pecuária do Futuro, liderado pela Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP) e que envolve outros centros de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. A ferramenta também integra o projeto, em rede, de melhoramento genético e desenvolvimento de cultivares de Brachiaria spp. visando a sustentabilidade da produção agropecuária. Entre os objetivos da proposta está difundir o conhecimento técnico a respeito dos novos materiais por meio de tecnologias da informação e comunicação (TICs), Barrios lidera a equipe na Gado de Corte.

Já proposta do Pecuária do Futuro é desenvolver ferramentas de suporte à tomada de decisão no manejo e transferência de tecnologias para pastagens, alinhadas às expectativas e necessidades prospectadas em conjunto com stakeholders (públicos de interesse). Esses públicos, aliás, são o grande diferencial do projeto porque começaram a ser consultados antes mesmo de sua concepção.

“No Pecuária do Futuro não estamos apenas falando em redes de pesquisa. Estamos falando da integração de profissionais de diferentes áreas e também do envolvimento de stakeholders. Estamos falando de um ecossistema de inovação, o que trás vários desafios adicionais”, destaca a pesquisadora Patrícia Menezes Santos, líder do projeto.

No Pantanal, uma equipe se dedica a preparar ferramentas de alertas de cheia e de riscos de incêndios, dois problemas que preocupam pecuaristas da região. Outro desafio é criar uma ferramenta que auxilie o produtor em relação à substituição de pastagens nativas por exóticas. O trabalho é desenvolvido na Embrapa Pantanal (Corumbá-MS).

Equipes de Campinas e Jaguariúna têm trabalhado no desenvolvimento de ferramentas que permitam o monitoramento de pastagens por meio de imagens de satélites e de Vants (Veículos Aéreos Não-Tripulados), entre outras pesquisas. Estão envolvidas a Embrapa Informática Agropecuária (Campinas-SP), a Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna-SP) e a Embrapa Pecuária Sudeste, que está instalada na fazenda Canchim, onde são feitas as coletas de dados.