Resolução de imagens e tipo de drone ainda são desafios

Thiago Santos, pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária (Campinas-SP), disse que os próximos passos de sua atividade no Pecuária do Futuro incluem definir a resolução mínima das imagens para que a tecnologia do uso de drones para o manejo de pastagens seja colocada em operação no campo. “Pode parecer uma tecnicalidade, mas é algo muito importante para saber que tipo de aeronave vai conseguir cobrir as áreas dos pequenos, médios e grandes produtores”, explicou.

Thiago Santos falou do desafio de ajustar resoluções de imagens à ferramenta

Nos últimos meses, o desenvolvimento da tecnologia avançou com a melhoria das estimativas, ampliação da base de dados e a chegada de nova integrante com experiência em processamento de imagens e visão à equipe. “A gente também começou a investigar algumas ideias de como encontrar representações para imagens que sejam mais fáceis de fazer estimativas de biomassa”, afirmou.

Novo drone?
Thiago disse que adaptar um drone já existente para que execute as funções previstas no Pecuária do Futuro é mais fácil do que criar um novo tipo de aeronave, embora ele não descarte essa possibilidade. “Há um novo tipo que está começando se popularizar, que é o V-TOL, que tem características do multirrotor, aquele que parece um mini-helicóptero, mas com asa fixa”, comentou. Esse equipamento é capaz de decolar e subir na vertical. Lá em cima, ele entra em modo avião e voa distâncias maiores. “A questão é que quanto mais alto consegue voar, mais área a gente consegue cobrir com unidade de bateria. Quanto mais baixo voar para aumentar a resolução, menos área se cobre”, detalhou.

Nesse caso, as opções se ramificam. “Se a gente voar muito baixinho, não vai conseguir cobrir as áreas todas e terá que trabalhar com amostragem. Se tiver que voar alto, a gente talvez tenha que alterar a metodologia, investir em ótica melhor ou em câmeras mais poderosas que conseguem imagens de alta resolução voando mais baixo”. Thiago disse ainda que depois dessas decisões, será preciso verificar como operacionalizar o uso da ferramenta pelo produtor. “Tem produtor que terá condição de operar seus drones? Tem consultoria? Tem cooperativa? Há uma grande oferta de aparelhos e softwares no mercado. É muita coisa para coordenar”.

Durante o evento, a produtora Maria Fernanda Guerreiro comentou que produtores mais jovens já estão adquirindo drones para operar nas propriedades rurais. “Vai ser muito difícil a gente ter uma solução que atenda a todos. Provavelmente será uma solução estratificada para uma série de players. Importante é ter uma metodologia que funcione”.

Protótipo
Sobre o teste do protótipo, o pesquisador disse que o feedback que chega mais cedo sempre ajuda. Ele deu como exemplo a indicação de que a ferramenta contemple as invasoras de pastagens. “Não estava previsto inicialmente, mas é importante para os produtores e a gente tem condições de adaptar. Seria uma nova funcionalidade”. Para ele, os stakeholders demonstraram que querer essa solução das imagens de biomassa integrada a indicações de manejo. “Eles querem um software de suporte. Então é preciso integrar com os outros componentes: manejo do animal, manejo da pastagem e estoque da forragem. A gente tem tudo isso no Pecuária do Futuro e o que eles estão pedindo é tudo integrado.”