Um grupo de pesquisadores da Embrapa Informática Agropecuária, que participa do Pecuária do Futuro, está desenvolvendo um conjunto de algoritmos associados a modelos matemáticos e sensores para aumentar a capacidade de prever a trajetória de crescimento de pastagens e de animais em sistemas de produção pecuários.
Diferente das aplicações atuais, esses novos métodos permitem que os simuladores de crescimento dos animais aprendam a partir dos dados observados, corrigindo eventuais desvios entre o comportamento do simulador e das observações. Além disso, é possível ajustar o modelo a cada animal ou a cada piquete.
As simulações baseadas em indivíduos permitem, por sua vez, decisões muito mais precisas e embasadas e abrem caminho para um grande número de outras novas aplicações.
Segundo o pesquisador Luís Gustavo Barioni, essas soluções deverão estar embarcadas em sistemas de apoio à tomada de decisões disponíveis aos pecuaristas em um período de até dois anos. “Modelos matemáticos auxiliam o pecuarista por meio de dados e informações a fazer uma prospecção de futuro e avaliar o retorno de cada alternativa na tomada de decisões e, quanto melhores forem essas avaliações, melhores as chances de tomar decisões mais acertadas e, assim, melhorar o desempenho produtivo.
Barioni explica que no início as correções são maiores, com o passar do tempo o modelo se estabiliza e as expectativas tornam-se mais similares ao comportamento observado. Ele alertou também que “variáveis que não controlamos podem afetar as variáveis que sendo observadas. Portanto a projeção da trajetória dada pelo modelo é feita com o melhor do conhecimento sobre o que esperamos do futuro, mas não é uma certeza”. Por exemplo, há o padrão climático de acordo com o histórico de anos anteriores, mas pode haver ocorrências não programadas, como uma seca prolongada, e prejudicar a prospecção do modelo.