Modelo de imagem que passa pela fase de validação na Embrapa Meio Ambiente
Atualmente, a equipe responsável pela estimativa de massa de forragem, a partir de imagens orbitais, trabalha na validação do modelo agrometeorológico SAFER. Nos anos de 2017 e 2018 foram realizadas 24 campanhas de campo na fazenda Canchim, em São Carlos, com vistas à estimativa mensal da massa de forragem in loco. Nesta fazenda funciona a Embrapa Pecuária Sudeste (SP).
O trabalho “Estimativa de peso de bovinos da raça Girolando por meio de medidas corporais extraídas de imagens”, primeiro artigo da tese de doutorado em Ciências Ambientais e Sustentabilidade Agropecuária da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) de Vanessa de Moraes Weber, foi recentemente publicado na Revista Brasileira de Zootecnia. O material é resultado de uma parceria entre UCDB, Embrapa, Universidade Estadual de Mato grosso do Sul (UEMS) e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
Segundo Vanessa, o experimento foi construído a fim de identificar se é possível estimar o peso de bovinos por imagens e quais as perspectivas e medidas dos mesmos mais explicam seu peso: “buscamos verificar quais medidas são necessárias para que um sistema computacional baseado em análise de imagens possa estimar o peso vivo de bovinos. Para tanto, pesamos e medimos 34 animais da raça Girolando e adquirimos imagens desses animais, dessas imagens extraímos medidas conhecidas da literatura para gerar um modelo a fim de entender quais dados explicam melhor o seu peso”, detalhou Vanessa.
Como várias atividades que envolvem pesquisas no Brasil e no mundo, o projeto Pecuária do Futuro foi impactado pelos efeitos da pandemia causada pelo novo coronavírus (como distanciamento social, teletrabalho etc). A líder Patrícia Menezes Santos da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP) faz uma avaliação do andamento das ações, orienta sobre a contratação de bolsistas e apresenta um breve balanço dos principais avanços até o momento.
Pecuária do Futuro: Projeto foi prorrogado? Por quanto tempo? Quais os impactos dessa prorrogação? Patrícia Santos: O projeto ainda não foi prorrogado, pois os pedidos de prorrogação só são avaliados pela SPD (Secretaria de Pesquisa e Desenvolvimento) quando faltam seis meses para o final. Eles argumentam que assim é possível ter uma ideia mais clara de quanto tempo a mais será necessário para conclui-lo. Devemos fazer nova solicitação no final do ano.
A funcionalidade “Demandas” entrou em operação no aplicativo Pasto Certo, em setembro de 2019. Seu objetivo foi abrir um espaço para produtores rurais e técnicos apresentarem suas principais demandas, dificuldades e expectativas em relação às cultivares forrageiras. O levantamento de demandas é derivado da ação realizada pelo Portfólio de Pastagens da Embrapa (2019), sob responsabilidade da presidente do Comitê Gestor do Portfólio, Patrícia Menezes Santos, pesquisadora da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP) e líder do Projeto Pecuária do Futuro.
O pesquisador Ivan Bergier, recém-incorporado ao projeto Pecuária do Futuro, vem conduzindo desde agosto de 2019 uma nova atividade que visa estimular o mercado digital entre produtores de gado de corte e frigoríficos. Na linha de frente estão Ivan, o bolsista Matheus Papa de Almeida (PiBic) e o professor Roosevelt Silva, ambos do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul, de Corumbá.
Levantamento feito pelo porftólio de pastagens da Embrapa no
ano passado diagnosticou a baixa fertilidade do solo como principal problema
apontado por produtores e técnicos. A sondagem ouviu 712 pessoas entre julho e
agosto. Do total, 42% indicaram o entrave.
Com
downloads na casa de 30 mil, o aplicativo Pasto Certo não para de inovar. Ele
encerrou o ano de 2019 e entrou o novo ano com a função “Demandas” trazendo um
rico retorno dos atores da cadeia produtiva da pecuária de corte no País. Ao
abrir o aplicativo, o usuário é recebido com a pergunta: “Quais são as suas
principais dificuldades relacionadas às pastagens? Conte para a gente”. A
partir disso, ele é convidado, durante cerca de cinco minutos, a colaborar com
os pesquisadores da Embrapa em melhoramento de forrageiras tropicais na
construção de futuras pesquisas na área.
O pesquisador Carlos Padovani, da Embrapa Pantanal, publicou um artigo em que aborda uma metodologia que reduz erros de cálculo sobre a estimativa de tempo que uma onda de inundação percorre durante a enchente do Pantanal. Nesta entrevista, ele explica como funciona a metodologia. Acompanhem:
Pecuária do
Futuro: Como funciona a metodologia?
Carlos Padovani: A análise de previsão do nível do rio para
estimativa de inundação deve fornecer dois resultados principais: 1 – quanto
será o nível do rio no futuro próximo e 2 – quando esse determinado nível
ocorrerá. O estudo enfoca nesse segundo parâmetro de tempo, o tempo de viagem
da água de um lugar para outro.
A pesquisadora Sandra Aparecida Santos, da Embrapa Pantanal, está avançando na construção de uma ferramenta que ajude o produtor pantaneiro a tomar decisões relacionadas à substituição de pastagens nativas por exóticas. Dados levantados pelo Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) em 15 propriedades do Mato Grosso foram disponibilizados a ela. Embora sejam necessárias pelo menos 20 propriedades, uma análise inicial será feita.
Um grupo de pesquisadores da Embrapa Informática Agropecuária, que participa do Pecuária do Futuro, está desenvolvendo um conjunto de algoritmos associados a modelos matemáticos e sensores para aumentar a capacidade de prever a trajetória de crescimento de pastagens e de animais em sistemas de produção pecuários.